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Crise ambiental avança e clima extremo desafia o mundo

02/08/2021
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A coincidência de fenômenos meteorológicos devastadores em diferentes pontos do planeta —do frio extremo no Brasil à onda de calor na América do Norte, passando pelas enchentes na Europa e na China— colocou a mudança climática no foco do debate político e da preocupação social. Em um domingo de junho, o termômetro de um pequeno povoado do Canadá chega a 46,6 graus, a temperatura mais alta já registrada até então nesse país. No dia seguinte, sobe para 47,9. Na terça-feira, apenas 24 horas mais tarde, atinge 49,6 graus, um recorde mais típico de Bagdá do que de um vilarejo do sudoeste do Canadá. Um dia depois, quando o calor diminui um pouco, chegam os incêndios florestais. No domingo seguinte, quase não há casas não atingidas pelo fogo. Não é o enredo de um filme de catástrofe ou um dos cruéis castigos divinos do Antigo Testamento. Foi o que aconteceu no final de junho em Lytton, um município de 200 habitantes na Columbia Britânica, que foi arrasado pelo fogo depois de se tornar o ponto zero da forte e incomum onda de calor que atingiu a costa noroeste da América do Norte. É provável que já estejam quase esquecidas as imagens de Lytton queimada e dos centros de resfriamento —centros poliesportivos e pavilhões com ar condicionado habilitados pelas autoridades para que a população se protegesse do calor mortífero nos Estados Unidos e no Canadá. Porque nos últimos dias estão muito mais frescas na memória de todos os vídeos e fotos das terríveis inundações na Alemanha e na Bélgica, ou os dos passageiros do metrô de Zhengzhou, na China, com a água literalmente até o pescoço. São cenas do filme de catástrofe em que a humanidade parece estar presa. Uma parte significativa do roteiro, paradoxalmente, foi escrita pela própria humanidade, com suas emissões de gases de efeito estufa que superaquecem o planeta e não param de crescer desde a Revolução Industrial, segundo a maioria de cientistas do clima. Patricia Espinosa, que comanda a área de mudança climática da ONU, resume assim: “O que estamos vendo é totalmente consistente com o que a ciência vem nos dizendo há muitos anos, que estes fenômenos extremos estão se tornando mais frequentes e mais fortes, destrutivos e virulentos.” A representante das Nações Unidas para o clima acredita que os últimos eventos extremos podem servir para “aumentar a consciência dos tomadores de decisões, dos políticos em todos os níveis, sobre a urgência e a gravidade” da situação de “emergência” em que se encontra o planeta e, principalmente, o ser humano. “À medida que os efeitos da mudança climática se tornarem mais presentes, mais evidentes, e afetarem cada vez mais pessoas, isso influenciará as decisões que os cidadãos tomarem, especialmente quando forem votar”, alerta. José Manuel Gutiérrez, vice-diretor do Instituto de Física da Cantábria, na Espanha, avalia que já se chegou a um “nível de conscientização muito alto da sociedade”. Ao envolvimento que a juventude já possuía, unem-se agora as gerações mais velhas, que viram “as orelhas do lobo”, assinala Gutiérrez. “A sociedade está começando a se assustar”, resume o cientista. Gutiérrez é um dos quatro espanhóis que participaram do último grande relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o grupo internacional de especialistas vinculado à ONU que há mais de três décadas radiografa a mudança climática e estabelece as bases do conhecimento sobre o aquecimento, depois de revisar toda a literatura científica. Estes estudos são preparados especialmente para que os líderes políticos tenham informações suficientes para tomar as decisões necessárias para atenuar a mudança climática e adaptar seus países a ela. E esse primeiro trecho do sexto relatório sobre a situação será publicado a apenas 90 dias do início da cúpula do clima de Glasgow (Escócia), que teve de ser adiada do ano passado devido à pandemia. Essa reunião deve ser o momento determinante para que os países deem uma guinada radical para abandonar os combustíveis fósseis se quiserem que o aquecimento fique dentro dos limites menos catastróficos possíveis. O problema é que resta cada vez menos tempo para dar essa guinada. E, à medida que a crise climática avança, o que se prevê são mais fenômenos meteorológicos extremos (e mais intensos), como ondas de calor, chuvas torrenciais, incêndios, secas... Fonte: El País

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